El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Pizzato Reserva - Alicante Bouschet 2004




A Pizzato Vinhas e Vinhos lançou em julho do ano passado lote único de 7.000 garrafas deste excelente Alicante Bouschet Reserva. Produzido com uvas de vinhedos próprios localizados em Santa Lúcia, no Vale dos Vinhedos, município de Bento Gonçalves (RS).

Vinho com aspecto visual muito bom, coloração vermelho-violácea intensa e brilhante. Aroma de frutas maduras, algo de cítrico e leve toque animal.


Graduação alcoólica de 13,0%. 70% do vinho passou estágio de 4 meses em barricas de carvalho americano antes do engarrafamento.

Acompanha muito bem assados de cordeiro, faisão, queijos fortes e carnes gordurosas.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Descendo a estrada de Santo Isidoro


Vídeo mostrando a paisagem outonal de um pequeno trecho do caminho de Santo Isidoro. Aparecem plátanos podados, parreirais com desfolha quase total mas apresentando prejudiciais brotações tardias. Muitas laranjeiras carregadas, é época de laranja do céu e umbigo. O frio se aproxima, nesta semana os termômetros marcavam temperaturas abaixo de 10ºC, durante as primeiras horas da manhã.

Allegrini - uma degustação com Robin Shay

A agenda social anda bem agitada na Grand Cru do Jardim Botânico. A loja, que promove encontros com os mais renomados chefs de cozinha e enólogos do país, além de grandes nomes das mais importantes vinícolas do planeta, promoverá, na próxima segunda-feira (1º), uma degustação com Robin Shay, sommelier e Gerente de Exportação para as Américas da italiana Allegrini. A vinícola do Veneto, existente desde 1535, é a mais tradicional produtora dos famosos Valpolicella e no Brasil é representada pela Grand Cru. Há dez anos no mercado, Shay também atua para a Corte Giara, Poggio al Tesoro e San Pólo. O evento será para uma lista de convidados, profissionais de restaurantes e formadores de opinião.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Malbec 1914 - Medalha de Ouro

Medalha de ouro (Primeiro Premio) e estatueta conferidos ao Instituto de Agronomia e Veterinária (depois Borges de Medeiros e hoje Faculdade de Agronomia da UFRGS) pelos vinhos Malbec, Riesling, Vernaccia, Rulander, etc. no concurso promovido pela Sociedade Agrícola do município de Porto Alegre, na Exposição de Uvas do bairro Theresópolis. Vinhos elaborados com uvas próprias de vinhedos que existiam em frente ao prédio da faculdade.

Extraido do Manual do Viti-Vinicultor Brasileiro de Celeste Gobbato. Pg.232

domingo, 24 de maio de 2009

Roteiro noturno no centro do Rio e a pé

ENCONTRO NO ADRO DA CATEDRAL PRESBITERIANA (NA CONFLUÊNCIA DA PRAÇA TIRADENTES COM A RUA DA CARIOCA).

Data: 28 de maio de 2009 - Quinta-feira - 20:30 h.

ROTEIRO: ILUMINADOS PRÉDIOS DA CATEDRAL EVANGÉLICA DO RIO DE JANEIRO E REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA - CENTRO CULTURAL CARIOCA - IGREJA NOSSA SENHORA DA LAMPADOSA (E DA ÚLTIMA MISSA DE TIRADENTES) - AV. PASSOS - TERRITÓRIO DA "DASPU" - PRAÇA TIRADENTES DOS TEATROS SECULARES E DOS MODERNOS HOTÉIS - RUA DA CONSTITUIÇÃO - GOMES FREIRE DOS HOTÉIS DE ALTA ROTATIVIDADE - LAVRADIO DOS ANTIQUÁRIOS E CASAS DE SHOWS DE ILUMINAÇÃO MUTANTE – QUARTEIRÃO CULTURAL E DO RIO SCENARIUM - ESPLANADA DE SANTO ANTONIO - LARGO BRAGUINHA (E DE RETUMBANTES MARCHINHAS) - MEM DE SÁ DOS SOBRADOS EXUBERANTES, SAMBA DE RAIZ, MARCHINHAS, MAMBO, FUNK, ROCK, TRAVESTIS E MITOLÓGICA MALANDRAGEM - SECULARES E SIMBÓLICOS ARCOS DA LAPA - RUA JOAQUIM SILVA - ESCADARIA SELARON - IGREJA NOSSA SENHORA DO CARMO DA LAPA - SALA CECÍLIA MEIRELES.

Término por volta de 23 horas e 30 minutos em tempo de se embarcar no metrô ou de saborear uma pizza na Lapa. roteirosgeorio@uol.com.br (21) 88717238 roteiro grátis e a pé

Observações pessoais: aos participantes deste belíssimo roteiro de caminhada informo que não poderei participar, mas certamente erguerei alguns brindes junto com meus amigos - nós todos que gostamos tanto do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A história da Cova da Periquita cercada

Foi por volta de 1846 que o Senhor José Gomes da Fonseca comprou o sítio conhecido como Cova da Periquita. Nesta terra plantou as primeiras mudas da variedade Castelão, que ele próprio havia trazido da província de Ribatejo. O vinho nascido deste vinhedo logo revelou-se como o melhor de toda região, provocando grande procura de varas e estacas por viticultores vizinhos. Hoje em dia a Cova da Periquita foi quase engolida pelo desenvolvimento urbano, o mesmo acontecendo com outras propriedades.

Situada no Parque Natural da Serra da Arrábida, a zona de Azeitão, compreende diversas povoações características, de que se salientam as de Vila Fresca e de Vila Nogueira, que adotaram os nomes das quintas à volta das quais se desenvolveram. Vila Fresca de Azeitão cresceu em redor da Quinta Fresca, onde no séc. XV o Rei D. João I fundou um palácio, que mais tarde passou a ser chamado de Palácio da Quinta da Bacalhoa, devido ao apelido dado a uma das suas proprietárias, tendo esse nome permanecido até aos dias de hoje.Vila Nogueira de Azeitão, por sua vez, formou-se em redor da Quinta da Nogueira, propriedade de D. Constança, esposa do rei D. Pedro (séc. XIV)

Nesta região aprazível e de grande beleza natural fixaram residência de verão diversas famílias nobres que aqui fundaram Quintas e palacetes dignos de nota como a Quinta das Torres (hoje transformada em Estalagem) e o Palácio dos Duques de Aveiro, edificado em estilo renascentista puro. Uma visita a Azeitão deverá ser também a oportunidade para degustar os excelentes produtos da região como os queijos, as famosas tortas e os vinhos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Quinta do Seival - Castas Portuguesas 2005


Vinho produzido pela Vinícola Miolo com as variedades de uvas Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz na região da Campanha Gaúcha, em Candiota, município vizinho de Bagé, próximo à fronteira do Uruguai.

Apresenta coloração de boa intensidade, tonalidade vermelho-rubi brilhante, quase púrpura. Tem boa intensidade aromática com suave persistência. Aromas de frutas passas, figos e ameixas secas. Na boca mostra ser um vinho equilibrado, de corpo expressivo e elegante, bem estruturado com taninos macios, redondos, e um final de boca de agradável persistência.

Passou por estágio de doze meses em barricas novas de carvalho francês. Graduação alcoólica de 13,5º. Temperatura ideal de serviço: 16 – 18ºC.

Ideal para acompanhar carnes vermelhas e assados em geral. Pode ser a la parrilla, em trempes uruguaianenses, em braseiros do tipo trincheira, com espetos de pau fincados na terra, ou até mesmo em travessas de louça refratária levadas ao forno, com rodelas de batatas cortadas grosseiramente. Vinho perfeito para inspirar pesquisadores de receitas lusitanas.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Perfil de profissionais para atuar no Mercosul

No último sábado, 16 de maio, o Comitê Executivo da Ciam (Comissão de Agrimensura, Agronomia, Arquitetura, Geologia e Engenharia do Mercosul) reúniu-se em Buenos Aires. Na pauta, um tema central: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai continuam a definir o perfil mínimo necessário para que os profissionais dessas áreas possam trabalhar legalmente em qualquer país do bloco.
No Brasil, segundo o setor de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, estão trabalhando cerca de 400 sul-americanos e, para facilitar a obtenção do visto de trabalho, o Conselho Nacional de Imigração aprovou, em outubro de 2008, a Resolução Normativa de número 80, exigindo desses trabalhadores apenas um contrato de trabalho no país e uma justificativa da empresa contratante sobre a vinda do imigrante. Os trabalhadores de outros continentes precisam atender a mais exigências, como comprovação do nível de escolaridade, experiência profissional e apresentação do contrato de trabalho, por exemplo.
Mas, para que engenheiros, arquitetos e agrônomos estrangeiros atuem no país, é preciso que também atendam a exigências legais. Esse assunto é um dos mais debatidos no âmbito do Mercosul, que busca um consenso em torno do fluxo migratório de profissionais e envolve academia, entidades de representação e conselhos de regulamentação profissional, além de órgãos governamentais de cada país.


IN - Boletim Confea

sábado, 16 de maio de 2009

Gran Merlot Premium Valmarino 2005




A Vinícola Valmarino está lançando o Gran Merlot Premium, safra 2005. Vinho que se destacou entre os melhores tintos da X Avaliação Nacional de Vinhos e recebeu Medalha de Ouro no Wine Brasil Awards 2007, em Campos do Jordão (SP). É um tinto de coloração violácea brilhante, com bouquet que lembra frutas secas e especiarias (pimenta, café e chocolate); na boca tem harmonia devido a presença de taninos maduros que lhe conferem corpo e persistência longos.

Uvas colhidas manualmente após rigorosa seleção dos cachos, atingindo excelente grau de maturação, naquela safra considerada como uma das melhores de todos os tempos de nossa vitivinicultura. O vinho apresenta 14º, passou por estágio de 6 meses em barricas de carvalho e foi engarrafado em abril de 2006, é um lote limitado de 5.333 garrafas.

Vinhedo formado com mudas importadas da Itália, clone R 18 e porta-enxerto Paulsen 1103, cultivado na altitude de 700m de Pinto Bandeira, em Bento Gonçalves (RS). A idade deste vinhedo é de 13 anos.

É um vinho ideal para o acompanhamento de pratos condimentados, risoto milanês, massas, carnes vermelhas e queijos fortes.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Pesce Azurro alla griglia

Vem da Sardegna esta receita. É muito simples e fácil de prepará-la, ideal para reunir bons amigos num dia de céu aberto e com vento sul soprando levemente. Os peixes recomendados são Mugil cephalus ou simplesmente Muggini, ou então Cefalo e a popular Sardinha, Sardina pilchardus. Desfilam pelas águas do Tirreno, estes peixes azulzinhos.

Ingredientes
Uma casa na praia (opcional)
Um saco de carvão de acácia negra
Sal grosso
Salsa picada
Alho esmagado
Muitas tainhas- Mugil platanus, e algumas sardinhas- Sardinella brasiliensis.
Limão

Modo de fazer
Calcule uma tainha de tamanho médio para cada duas pessoas, é o suficiente. Reserve e esconda os limões antes da chegada da turma da caipirinha. Escolha espetos adequados para o assado de pescados, existem alguns do tipo grade dupla e outros em formato de feixes, com 5 ou 7 filetes e um argola na ponta para não deixar o peixe fugir. Enquanto as tainhas estiveram assando na brasa, frite as sardinhas numa frigideira, elas dever ser servidas como entrada. Podem ser preparadas com vísceras ou sem vísceras, a opção é livre. Aproveite o braseiro para grelhar pimentões e rodelas grossas de cebola. Não deixe faltar azeite.

Acompanhamento
Vinho naturalmente, branco, tinto ou rosado.. Para este prato prefiro Sauvignon Blanc, Pinot Grigio, alguns tintos leves com o Gamay ou então um Merlot rose. Um espumante brut junto com as sardinhas tambem é uma boa. E como esta receita tem origem Sarda sugiro um Vermentino di Gallura ou o Nuragus di Cagliari.

Termino este post citando um pensamento de Antonio Argiolas:

"Il buon vino non nasce solo dalle tecnica. E' nutrito con un insieme armonioso di umiltà, amore, passione e cura infinita per le vigne e i loro frutti. Un segreto semplice ricevuto come dono di natura e che ho passato ai miei figli e a tutti coloro che mi hanno accompagnato in questa affascinante avventura."

Clique sobre o rótulo de Vermentino, na lateral desta página, para acessar o site da Argiolas.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Floresta Negra - As melhores receitas


É de 1992 este exemplar que tenho sobre minha mesa: FLORESTA NEGRA – As melhores receitas. Traz receitas de entradas, pratos principais, pratos típicos alemães, molhos, acompanhamentos e sobremesas deste restaurante de Christa e Fridolino Schirmer, que por tantos anos nos encantou com sua primorosa e magnífica cozinha. São receitas curtíssimas, com dois, três, no máximo quatro ingredientes. O modo de fazer é descrito com extrema objetividade e uma concisão germânica, exigindo muita criatividade e experiência em sua repetição.

Os textos mais deliciosos são de Ruy Carlos Ostermann com “O Floresta Negra de todos nós, a contra-capa de Luis Fernando Veríssimo e os comentários do editor Sergio Napp, todos eles participantes da última noite do Floresta, no verão de 1992.

Agora Peter Knoblich, Chef do Lorita Restaurante, nos promete uma releitura do Filet à Moscovita - filé ao molho de nata e ovas sobre cama de batata sauté e aspargos frescos. A entrada só poderia ser mesmo um Patê de foie com pão meio centeio e para concluir a Sobremesa Dom Pedro: Sorvete de creme ao uísque com castanhas picadas e chocolate.

LORITA RESTAURANTE - CASTRO ALVES, 678
RESERVAS 32 64 6000

O cerco das tainhas

60 traineiras estão posicionadas na desembocadura da Laguna dos Patos aguardando o dia 15 de maio, data de liberação da pesca industrial da tainha, Mugil platanus. Com a diminuição dos cardumes de sardinha, Sardinella brasiliensis, este peixe tão tradicional de nossa gastronomia costeira tornou-se alvo preferencial da indústria pesqueira. Entrando o outono, inicia-se o período de migração reprodutiva, grandes cardumes deixam a laguna e começam uma longa viagem por nosso litoral. Sobrevive a pesca artesanal, a pesca de tarrafa, a pesca coletiva de arrastão, mas todas vêm sofrendo um decréscimo acentuado nos últimos anos.

Nas peixarias do Mercado Público de Porto Alegre elas estão sendo anunciadas com preços convidativos, já chegou tainha de Laguna (SC), mas a de Cabo Frio, que é um pouco mais graúda ainda demora a aparecer. Os restaurantes tradicionais e os novos restaurantes que surgiram nos altos do mercado se esmeram no preparo de suas receitas, é o principal peixe da estação. Última moda é a Tainha assada em telha de barro, servida com guarnição de folhas verdes, arroz, pirão e alguns pedaços de limão Taiti para pingar o sumo por cima.

Não é triste ver, mas a grande maioria das pessoas prefere pedir cerveja para acompanhar este prato, é só uma constatação. Triste é não encontrar um vinho adequado em quase todos estes restaurantes, é uma injustiça e uma insensatez praticada contra esta musa de nosso outono.

É um peixe de águas temperadas, esta M.platanus vive somente aqui, no lado ocidental do Atlântico Sul, sendo pescada desde a Argentina até o Rio de Janeiro. A família Mugilidae é muito grande, existindo várias espécies espalhadas pelo globo. Andei pesquisando receitas da cozinha italiana e portuguesa, tem muita coisa de dar água na boca.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Critérios de avaliação de vinhos do Senhor Cotonete

Gosta de sentir uma tonturinha o Senhor Cotonete, o bom vinho deve produzir este efeito após um determinado e particular número de cálices, é prenúncio de uma noite de sono tranqüilo e garantia de descanso reparador. Não precisa de soníferos ou drogas registradas, basta-lhe um copo de vinho tinto antes de voltar para casa.

Administra um prédio de fachada Art Déco, na rua mais Art Déco de Porto Alegre, onde até mesmo os tampões de ferro fundido da rede pluvial trazem inscrições seguindo as regras ortográficas do português daquele tempo remoto. Não é nenhum folgado, mas um homem trabalhador, cumpridor de suas responsabilidades e obrigações e que de vez em quando costuma escapulir pelas noites calientes da Cidade Baixa. Onde falta vinho, ou o que existe deixa a desejar, ele leva sua própria garrafa, paga a rolha ao restaurateur, contribuindo desta forma para a evolução da cultura enológica dos estabelecimentos do bairro. É um grande incentivador do consumo de vinho do estado e que nem sequer foi lembrado pelo Programa Visão 2025, uma falta lastimável e comprometedora.

Homem de saúde invejável arrumou uma namorada com metade de seus inacreditáveis 70 anos. Anda remoçado ultimamente, perdeu peso, a cintura adelgaçou, caminha com passos ligeiros pelas calçadas da André da Rocha, a vasta cabeleira branca com tufos esvoaçantes. Deveria ter assento garantido em todos os congressos de vinho e saúde, pois seu testemunho merece ser ouvido.

Outono no Vale dos Vinhedos - 2ª parte

Reconversão forçada e invertida de vinhedos. Este era um parreiral de Vitis vinífera, que utilizava um sistema de condução vertical com duas linhas de carga, sistema muito utilizado por viticultores de Santa Lúcia e Santo Isidoro. Na foto aparecem plantas recem cortadas, que logo serão arrancadas e, ao longo da fila, mudas do novo parreiral em formação. Esta é a reconversão que está acontecendo no momento, uvas viníferas cedem lugar para americanas ou híbridas, espaldeiras transformam-se em latadas.





Outra foto da Cascata da Eulália, que continua com pouca água, corre um fiozinho de nada. Estou aguardando as chuvas de inverno para registrar a grande transformação da paisagem.





Casa muito antiga construida com taboas de Araucária, e porão erguido com tijolos sem rejunte de argamassa. Este é um padrão que se encontra em quase todas as casas coloniais: porão para guardar ferramentas e apetrechos, carros de boi, implementos agrícolas e um lugar especial para as pipas de vinho, produzido para o próprio consumo. É muito comum encontrar peças de queijos, salames e embutidos pendurados nalguma viga do assoalho, aproveitando a temperatura mais amena desta parte da moradia. Muitos destes porões transformam-se na principal área de convivência da família.


Casa abandonada construida no mesmo estilo, com porão de tijolos e a parte superior em madeira. Casas mais antigas foram tombadas pelo patrimônio histórico dos municípios e algumas aparecem nos roteiros turísticos da serra.




Vista do entardecer no Oitenta da Leopoldina, muitos parreirais ainda conservam a folhagem mostrando belíssimos contrastes de tonalidade.





Pequeno recorte da Estrada da Leopoldina, é um fragmento da antiga estrada colonial, a RS444 passa ao lado. Prefira caminhar por estes trechos, é mais seguro, mais tranquilo e aproveita-se muito melhor a natureza. A Vinícola Felix está localizada neste desvio.





Final do dia. Existe uma parada de ônibus bem ao lado destas araucárias. Sai de Monte Belo as 18:00 e vai até o centro de Bento Gonçalves, a passagem custa R$3,30






quinta-feira, 7 de maio de 2009

Folhas no outono












Durante esta estação, as folhas das videiras apresentam grandes transformações e contrastes. Encerrado todo o ciclo de crescimento e produção, inicia-se um transição para o período de repouso e dormência do inverno. Há uma translocação de nutrientes das partes aéreas para os orgãos de reserva da planta, garantindo energia para a brotação do próximo período produtivo.







Neste momento, a parreira revela muitas informações sobre os cuidados que recebe ao longo de sua vida. Sintomas de deficiência nutricional, ocorrência de viroses, ou mesmo a intensidade das moléstias fúngicas tornam-se aparentes com a verificação de uma maior ou menor desfolha.





A identificação de sintomas de deficiência nutricional pode confundir muita gente pois costumam aparecer de forma combinada, gerando interpretações equivocadas. Mais prático e correto é fazer a coleta de folhas, ou do pecíolo delas e enviar para laboratórios especializados, que podem quantificar os níveis de macro e micronutrientes com precisão. Esta amostragem é realizada imediatamente após cada safra.











































Folha de Plátano caída.



















quarta-feira, 6 de maio de 2009

Outono no Vale dos Vinhedos - 1ª Parte

Este é um roteiro escrito para os amantes das longas caminhadas, para quem gosta de sair por aí com uma máquina fotográfica na mão, registrando coisas que encontra pela frente.

Publico algumas fotos que tirei no último primeiro de maio. A maneira mais prática de alcançar o coração do Vale dos Vinhedos é tomar um taxi. Costumo pega-los na Praça da Igreja do Cristo Rei, na parte alta de Bento Gonçalves. Quase todos motoristas deste ponto são ou foram moradores da região, alguns conseguiram preservar um pedaço de terra onde construiram suas casas de fim de semana. Conhecem as vinícolas, são versados em vitivinicultura (tem um que é formado em Enologia), discutem a formação do preço mínimo da uva e conhecem muitas histórias, basta escolher o assunto e provocar a conversa. Você pode pedir para seguir pela estrada da Leopoldina, ou então da Graciema. Fique cuidando o taxímetro, quando chegar em R$15,00 ou R$18,00 peça para descer e olhe a sua volta, você estará cercado de parreiras por todos os lados

Seguindo pela Graciema, chega-se bem próximo do Restaurante Sbórnea's, o Hotel Villa Michelon fica logo atras, Don Laurindo e Milantino tambem estão por perto. Para caminhar tranquilamente, fuja da RS-444, é um estrada sem acostamento e com movimento intenso de veículos, especialmente em feriados e finais de semana, e que não oferece segurança para os adeptos deste tipo de turismo, nem para os que preferem descobrir estes caminhos pedalando uma bicicleta.




Esta estrada com uma fileira de plátanos recem podados leva até o 15 da Graciema, ali existe um cruzamento, a Estrada de São Gabriel fica à esquerda, e seguindo em frente você vai dar em Santo Alexandre ou na linha Araripe, dentro do município de Garibaldi. Existem vinícolas com produção limitada e vinhos de qualidade reconhecida, produtores de sucos, geléias, produtores orgânicos, é a chamada Estrada do Sabor. Em algumas propriedades os parreirais cedem espaço para pastagens com vacas leiteiras muito bem cuidadas.




























Desde o final do verão e durante todo outono as folhas das parreiras vão modificando seu aspecto e coloração, muitos vinhedos já perderam toda folhagem, outros ainda a conservam e resistem até a chegada das primeiras geadas de maio e junho.

Os açudes estão com pouca água devido a forte estiagem dos últimos dias. Alguns são povoados com carpas, pacús, tambaquis, alevinos distribuidos pelo serviço de extensão rural e prefeituras. Tambem tem muita rã touro gigante, que infelizmente não chegam nos restaurantes locais.












Estradinha colonial dividindo duas propriedades rurais. Provavelmente mede 1.100 m, o comprimento usual desta medida de área, utilizado durante a demarcação dos lotes, no quartel final do século XIX.










Vista de Santa Lúcia, Paredão da Cascata da Eulália e Faria Lemos ao fundo.






Neste local costumo fazer uma parada para descansar e tomar um pouco de água. É o Armazem Zottis, servem sanduiches e a lanches rápidos, uma boa pedida é um prato de salame e queijo cortado a faca. Quem preferir, pode tomar cerveja gelada ou vinho colonial. Outra alternativa é comprar uma garrafa de vinho em alguma cantina do caminho, preparar um farnel no armazem e procurar a sombra em alguma beira de mato.

Obs.:¹ não esqueça de pedir um cartão com o nº de telefone do taxista ou do ponto, existem alguns ônibus que ligam Monte Belo do Sul com Bento Gonçalves, mas os horários são reduzidos.
Obs.:² leve um canivete com saca-rolha.

-Fim da primeira parte-



terça-feira, 5 de maio de 2009

Zeca Felix grampeando a terra.


A grande maioria dos viticultores da serra gaucha prefere utilizar este tipo de arado que rasga a terra em sulcos profundos. Arados de discos não fazem um bom trabalho neste tipo de solo pedregoso. Esta parcela está sendo preparada para receber estacas de cavalos, que serão utilizados na formação de novos parreirais, ou para a reposição de mudas falhadas no ano anterior.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Acidez Volátil

Foi ela, só pode ter sido ela a responsável pela estranha conversa que tive outro dia com alguns amigos. Tudo iniciou com uma leve alteração percebida em um vinho que tomamos habitualmente, foi um pequeno golpe no nariz e uma passagem desagradável na língua, mas nada muito sério. Alex, um estudante de antropologia, começou a falar sobre a preferência dos romanos pela ingestão de carne deteriorada, era um costume generalizado por todo império. A.Witt imediatamente lembrou do restaurante onde é obrigado almoçar quase toda quinta-feira e que sempre serve uma costela 12horas, que descola do osso, mas não é muito saborosa, lembramos de bifes tártaros, alimentação de esquimós e aplicações de botox, até chegarmos à revolta dos marinheiros no convés do Encouraçado Potemkin. A partir deste momento, nossa conversa tomou outro rumo e começamos a discutir filmes antigos.

Na manhã seguinte acordei sonhando com Sauerbraten mit kartoffelbrei, receita que longos anos passados, minha mãe decifrou do menu da restaurante Floresta Negra e, também, com um Riesling do coração do Rheingau.